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Os primeiros carimbos de Valença

  • Autorenbild: Fabio Monteiro
    Fabio Monteiro
  • 6. Feb. 2022
  • 2 Min. Lesezeit

Havia no Brasil imperial três localidades chamadas Valença que dispunham de uma agência postal. A agência mais antiga entre as três foi criada (segundo Nova Monteiro) em junho de 1829 na Valença fluminense, que tinha sido elevada a vila em agosto de 1823:

Villiers de l’Ile Adam: Carta (...) da Provincia do Rio de Janeiro, 1850


O mesmo Nova Monteiro escreve que a segunda agência com esse nome é de janeiro de 1831, aberta no Piauí. Esta Valença já era vila desde junho de 1761:

Villiers de l’Ile Adam: Carta (...) da Provincia do Piauhy, 1850


A terceira Valença do Brasil imperial era uma vila baiana desde janeiro de 1799 e teve sua agência postal (como também informa Nova Monteiro) criada em maio de 1832:

Villiers de l’Ile Adam: Carta (...) da Provincia da Bahia, 1848


Tínhamos, portanto, três agências valencianas criadas em menos de três anos a precisarem de seus carimbos postais. O carimbo mais antigo que se conhece com esse topônimo foi-nos apresentado pelo catálogo RHM sob o código P-RJ-45:

P-RJ-45 (RHM)


Segundo o Catálogo Enciclopédico RHM de 1999, o carimbo foi encontrado em objetos postais datados a partir de 1842. Ele também foi usado em Olhos-de-Boi, mas infelizmente a única carta conhecida a mostrar esses selos com esse carimbo é uma montagem feita com selos (e carimbos) verdadeiros num documento que não é o original, segundo constatou Bernd Juchert em Os Olhos-de-Boi sobre cartas (Ochsenaugen auf Brief, 2ª. ed, Schwalmtal, 2015):

Juchert (op.cit.) p. 348


Mas se não há outras cartas com esse carimbo na década de 40, como pôde ele ser seguramente atribuído à Valença fluminense? Para tentar responder a essa pergunta precisamos ver o carimbo seguinte, que nos foi mostrado por Paulo Ayres em Catálogo de Carimbos Brasil-Império (S. Paulo, 1937, 1942) sob no. 1531:

Paulo Ayres 1531


O carimbo é muito semelhante ao anterior, mas aqui os cantos são arredondados e falta o ponto ao final. O ano mostrado abaixo da imagem (1843) indica igualmente uma utilização em Olhos-de-Boi. Mas como teríamos, na mesma pequena agência, dois carimbos diferentes e tão parecidos a serem usados ao mesmo tempo? Aqui é preciso ver outras imagens desse carimbo (Coleção José A. Junges):


A conclusão aqui parece clara: os cantos da moldura não são perfeitamente arredondados, como em Paulo Ayres, nem tampouco confirmam a bela forma octogonal da primeira imagem. O que para mim é um indício de que a cercadura do carimbo foi mudando com o tempo, quem sabe ao cair da mesa ou balcão do agente postal. Mas se considerarmos tratar-se sempre do mesmo carimbo, podemos confirmá-lo como fluminense, uma vez que nem da Bahia, nem do Piauí teríamos tantos exemplares disponíveis para comparação.

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