In tempore belli
- Fabio Monteiro
- 24. Apr. 2022
- 2 Min. Lesezeit
Em fins de fevereiro passado, logo no primeira semana da invasão russa na Ucrânia, o navio russo Moskva contactou por rádio a divisão militar ucraniana que defendia a Ilha das Cobras, no Mar Negro, ordenando que esta se rendesse. O soldado ucraniano respondeu de imediato: “navio de guerra russo, f***-se!”

A Ilha da Cobras (Foto: Alamy Stock Photos/Andrey Nekrasov/mauritius images)
Pela versão russa, o navio atacou a ilha, e os 13 soldados ucranianos de lá foram mortos. Na versão ucraniana, o soldado que respondeu aos invasores chamava-se Roman Hribow, sobreviveu ao ataque e hoje é um herói nacional.
No início de março, os correios ucranianos lançaram um concurso para uma emissão fiatélica comemorativa ao episódio. O motivo vencedor, de Boris Groh, mostra um soldado ucraniano fazendo um gesto inconfundível com o dedo médio, em direção ao Moskva:

O FDC da emissão
Foram emitidos na terça-feira da Paixão, dia 12 de abril, dois selos: uma para o correio interno e outro para o serviço internacional, numa tiragem de um milhão de exemplares. No lançamento, os FDC foram assinados por Roman Hribow e pelo diretor dos correios Ihor Smiliansky na agência central de Kiew.

Smiliansky e Hribow carimbando FDCs
Dois dias mais tarde, o Moskva foi atingido por dois mísseis ucranianos tipo Neptun. Não se sabe quantos marinheiros russos morreram, mas é praticamente certo que o capitão do navio abandonou a embarcação bem antes de ela afundar. O governo russo tentou explicar o naufrágio dizendo que um depósito de munição havia explodido e que o Moskva fora surpreendido por uma tempestade, enquanto era rebocado para um estaleiro seguro. Mas dados meteorológicos e fotos que vazaram na internet não mostram sinais de mar revolto:

John Konrad V via twitter
No dia seguinte, Sexta-feira da Paixão, os selos comemorativos ucranianos estavam esgotados.
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