Carta de Republica dos Estados Unidos do Brazil, 1892
Veja também: Presídio, S. João Batista do (Koester: Carimbologia XXXII, 1992)
Outros nomes: Presídio, Presídio de Ubá, São João Baptista do Presídio, Villa do Prezidio, Visconde do Rio Branco
A longa rivalidade entre as cidades vizinhas de Visconde do Rio Branco e Ubá, no sudeste de Minas Gerais, tem raízes históricas. A primeira foi desde 1810 um distrito do município de Pomba, com o sonoro nome Feguesia de São João Baptista dos Índios Coropós. Um pouco mais tarde, a povoação transformou-se num presídio aberto, rodeado por matas e chamado de S. João Baptista do Presídio, que se transformou em vila em março de 1839. O tempo seguinte deve ter trazido uma forte decaída econômica, pois em 1853 a vila foi rebaixada a distrito do município de Ubá, sob a denominação Presídio de Ubá. O antigo nome e o status de vila emancipada voltaram somente em 1881, e já no ano seguinte a vila foi elevada a cidade, com o nome atual de Visconde do Rio Branco.
Estas últimas decisões políticas mostram com clareza o desejo de deixar para trás os nomes de presídio e de Ubá, especialmente se considerarmos que José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco (1819-1880) e pai do famoso Barão, talvez nunca tenha colocado os pés na província mineira.
Segundo Nova Monteiro (Administrações e Agências Postaes do Brasil-Império 1798-1869), a agência postal local foi criada em dezembro de 1839, mas ela deve ter sido fechada antes de 1856, pois está ausente do Guia do Correio do Brazil de 1857. Um belo carimbo postal dessa época foi aplicado em Olhos-de-boi e apresentado por Paulo Ayres (1937) sob número 1601:
Paulo Ayres No. 1601
Entretanto, Ayres escreve erroneamente Villa DE Prezidio, enquanto posteriores pesquisas já confirmaram que a grafia correta é Villa DO Prezidio (veja H. B. Ferreira, Catálogo Ilustrado dos Carimbos sobre os Olhos-de-Boi, 4a. ed., 2017).
Aparentemente, a agência reabriu apenas em setembro de 1870 (Paula Sobrinho: História Postal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 1997). Os carimbos desse período já foram mostrados por R. Koester no verbete Presídio (Carimbologia XXXII, Rio, 1992).
Encontraram-se até agora quatro diferentes carimbos para Rio Branco do período final do Império (1882-1889). RMG-2110a corresponde ao número 1110 de Paulo Ayres, e foi utilizado entre 1882 e 1883, provavaelmente como solução provisória. Este carimbo foi também catalogado por J.A. Dingler and K.W. Lopes (Mute Cancellations of the Brazil Empire, 1865-1889, BPA, Rio de Janeiro, 2000) sob número 4608. As imagens dos dois catálogos apresentam diferenças significativas, tornando sua comparação interessante:
RMG-2110a, como Paulo Ayres No. 1110
RMG-2110a, como Dingler/Lopes No. 4608
RMG-2110b (Col. Karlheinz Wittig) é um belíssimo carimbo em forma de concha marinha, ausente em Paulo Ayres: há uma inscrição arcada com CORREIO DO RIO BRANCO acima, MINAS GERAES abaixo, com a data no centro. Encontrado entre 1884 e 1886 em preto, azul, violeta e lilás. RMG-2110c (Col. José A. Junges) tem um duplo círculo com as inscrições RIO BRANCO acima, MINAS abaixo, e a data dentro do círculo interno. Encontrado em violeta e lilás de 1885 a 1886. Finalmente, RMG-2110d (Col. José A. Junges) apresenta um duplo círculo com letras maiores do que as anteriores. O texto inscrito é RIO=BRANCO acima, (MINAS) abaixo, com data no centro. Encontrado em preto e lilás de 1887 até 1892.
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