Atlas do Imperio do Brasil, 1868
Reza uma lenda local que o nome Riacho de Sangue vem de uma tragédia familiar ocorrida na povoação banhada pelo riacho homônimo. Talvez haja algum fundo de verdade nessa história, pois tanto a localidade – que desde 1956 é o município de Jaguaretama (= a casa da onça) – quanto o riacho (hoje Riacho Velho) mudaram de nome desde então. Mas ainda hoje o açude do município vizinho de Solonópole (antigamente Cachoeira) é chamado de Açude Riacho de Sangue, apesar de o seu nome oficial ser Boqueirão.
Riacho de Sangue era desde 1784 um distrito do município de Icó, tendo sido elevado a vila em 1833. A agência postal local foi certamente criada antes de 1847, pois nesse ano o agente foi substituído:
Gazeta Official, 1 de março de 1847
Mas já em janeiro de 1851 a agência foi fechada:
Aureo G. Santos: Agências dos Correios Criadas e Suprimidas em 1851, 1855, 1956 e 1857, in Brasil Filatélico #181, Rio de Janeiro, 1977
Na ocasião, Riacho de Sangue já não era mais município, tendo sido degradado a distrito de Cachoeira em 1850.
Em agosto de 1856 o local foi novamente elevado à condição de município às pressas, sob o nome de Riachuelo, para comemorar a vitória brasileira na batalha naval homônima da Guerra do Paraguai, ocorrida apenas dois meses antes. Mas a infraestrutura socioeconômica não pôde acompanhar a ambição política: já em julho de 1870, o antigo topônimo de Riacho de Sangue reapareceria na imprensa regional, e três anos mais tarde, voltava também a condição de distrito de Cachoeira:
Pedro II, 6 de julho de 1870
Apenas em 1879 pôde Riacho de Sangue se tornar novamente um município, e a agência postal foi reaberta em 1884, segundo informa a Tabella das Agencias do Correio do Imperio de 1885. Nenhum carimbo postal daquele tempo foi encontrado até agora.
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