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AutorenbildFabio Monteiro

CACHOEIRA (CSP-0215) – CACHOEIRA (Estação), São Paulo (CSP-0216)

Aktualisiert: 15. Aug. 2023


Estações Ferroviarias (...) do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Geraes, 1880


Texto atualizado em 15 de agosto de 2023


Outros nomes: Santo Antônio da Bocaína, S. João da Bocaína, Valparaíba, Cachoeira Paulista (1948)


Essa localidade com estação ferroviária causa dor de cabeça em vários aspectos a todos os pesquisadores filatélicos que lidam com ela. Tanto o nome oficial do lugar, que aparentemente não aparece em nenhum carimbo postal, quanto a coincidência de duas linhas ferroviárias que não se encaixavam atestam as caóticas condições, postais e de tráfego, no Brasil imperial. E isso é apenas parte das histórias emaranhadas que tratam de Cachoeira em São Paulo. Vamos tentar esclarecer um pouco o assunto, mesmo assim.


O Arraial de Sto. Antonio do Porto da Cachoeira estava localizado na margem sul do rio Parahiba (hoje Rio Paraíba do Sul), próximo à foz do Ribeirão Bocaína, a mais de 200 km a nordeste da capital da província de São Paulo. Em março de 1876, tornou-se a Freguesia de Sto. Antônio da Bocaína, que pertencia à Vila de Lorena e foi elevada a vila independente quatro anos depois. Em maio de 1895, recebeu o status de cidade, agora com o nome de S. João da Bocaína. Em outubro de 1915, no entanto, o nome foi mudado para Cachoeira, um sinal claro de que os outros topônimos eram impopulares. Mas havia outro lugar na província de São Paulo chamado Sto. Antônio da Cachoeira (SSP-1325), hoje o município de Piracaia. Assim, o nome do lugar de nossa Cachoeira mudou novamente em novembro de 1944, desta vez para Valparaíba. Essa estranha denominação não durou muito tempo e, desde dezembro de 1948, o município passou a se chamar Cachoeira Paulista.


Em julho de 1875, foi inaugurada a estação da E.F. D. Pedro II (Ramal de São Paulo), após o que se aguardou a conexão ferroviária de São Paulo através da linha da E.F. do Norte, construída por latifundiários de fazendas de café. Em maio de 1877, essa segunda linha foi enfim concluída, mas era uma ferrovia de bitola estreita (1,0 m), que não correspondia à bitola de 1,6 m do Rio. O resultado foi uma baldeação demorada e cara na estação, o que gerou queixas e troca de acusações.


Estação de Cachoeira, por volta de 1915 (Foto: Regina Rousseau, em estacoesferroviarias.com.br)


Anteriormente (1867), um consórcio inglês já havia construído a São Paulo Railway, que proporcionava uma ligação direta entre as novas plantações de café no interior da província, a capital da província de São Paulo e o porto de Santos. Isso criou uma concorrência para a agricultura tradicional no Vale do Paraíba, acelerando seu declínio.


A linha que passa pela estação de Cachoeira tornou-se propriedade da E.F. Central do Brasil em 1889 e pertenceu à Rede Ferroviária Federal S.A. (estacoesferroviarias.com.br) de 1975 até seu fechamento em 1996. Hoje os trilhos ainda estão lá, o prédio da estação é uma ruína abandonada:

Estação de Cachoeira Paulista, 2020 (foto Alexander Valavicius, em estacoesferroviarias.com.br)


Foram encontradas duas criações de agências postais em Cachoeira. Como ambas são contemporâneas das respectivas conexões ferroviárias, provavelmente estão relacionadas às respectivas estações. A primeira criação postal na estação foi em agosto de 1875, conforme noticiado na imprensa carioca:

O Globo/RJ, 06.08.1875


O segundo anúncio de abertura veio em março de 1877, da província de São Paulo; aqui apenas a freguesia é mencionada, mas não a estação:

Correio Paulistano, 29.03.1877


Do período imperial, encontraram-se até agora seis carimbos postais e dois cancelamentos mudos, todos referentes à ferrovia, mas nem a agência postal da cidade nem - como observado acima - o nome "correto" do lugar Sto. Antônio da Bocaína são mencionados. O carimbo mais antigo surgiu agora na coleção Fuad Ferreira Fo.: CSP-0216a foi encontrado numa linda carta de 1876, antes da construção da estação paulista, portanto, o que é confirmado pela menção da E.F. D. Pedro II nele:


CSP-0216a (FF) 1876


CSP-0216b (imagem da internet), que existe também em azul, com datas de 1884-1885:

CSP-0216b (EB) 1884-1885


Quase simultaneamente, foi usado CSP-0216c (ilustração da internet), também existente em azul. Entretanto, as datas internas variam aqui de 1885 a 1891:

CSP-0216c (EB) 1885-1891


Um quarto carimbo de estação seria o CSP-0216d (não mostrado na Carimbologia VII de Koester). De acordo com a descrição de Koester, ele traz a inscrição EST. DA CACHOEIRA, bem como um ornamento na parte inferior, com a data de 1886. Em seguida, há dois carimbos para serviço ambulante no vagão postal:

CSP-0216e (il. Luiz Claudio Fritzen) 1884-1886


CSP-0216f (il. Claudio Coelho) 1886-1888


A carta acima mencionada de Fuad Ferreira Fo. tinha também um carimbo mudo:

1876 (FF)


Por fim, Koester nos mostrou outro carimbo mudo do serviço ambulante, datado de 1884:

1884 (RK)


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